Coordenadores:
Prof. Dr. Ailton Siqueira de S. Fonseca -UERN, Prof. Dr. Anaxsuell Fernandes da Silva - UEM
Debatedor: Prof. Dr. Gustavo de Castro e Silva - UnB
Prof. Dr. Ailton Siqueira de S. Fonseca -UERN, Prof. Dr. Anaxsuell Fernandes da Silva - UEM
Debatedor: Prof. Dr. Gustavo de Castro e Silva - UnB
Apresentação: Como é
sabido, a Antropologia tem se debruçado no estudo da humanidade em seus
diferentes aspectos (étnicos, raciais, sociais, econômicos, diversidades
culturais, religiosos, míticos, tradicionais) e em diferentes abordagens
(estruturalista, funcionalista, marxista, etc). no fundo, a Antropologia tem se
dedicado ao estudo da condição humana em sua singularidade e complexidade. De
uma forma ou de outra, desde os pioneiros até os pensadores
contemporâneos dessa disciplina tem-se estudado, refletido ou buscado
compreender as dimensões simbólicas, míticas e imaginários sociais. Percebemos,
hoje, que para alcançarmos essas dimensões, para respondermos aos desafios que
nos colocam a realidade e compreendermos a complexidade da condição humana, a
Antropologia precisou voltar-se a outros objetos tradicionalmente
marginalizados ou depreciados. Mesmo resistindo a diversas críticas, o fazer
antropológico tem se aberto e elegido outros objetos, tais como, as paixões, os
delírios, os sonhos, o estético, sensibilidades e subjetividades humanas, por
meio da literatura, das imagens, da imaginação, da poesia, das artes e do
próprio conhecimento – investindo numa perspectivas de um conhecimento do
conhecimento. São essas dimensões que podemos chamar de Antropologia do sensível,
dimensões da cultura, da vida e do humano que mostram o lado sensível da
concretude do mundo, lado esse sem o qual a compreensão antropológica não
contemplaria a complexidade dos fenômenos que ela mesma pretende estudar, algo
que se torna seminal para o diálogo com outras áreas do conhecimento. Essa
Antropologia rejunta real e imaginário, ciência, arte e literatura, razão e
paixão, prosaico e poético, pensamento sensível e pensamento domesticado.
Entendemos que a aceitação da imaginação como fonte do conhecimento humano
permite ao etnógrafo explorar a estética do imaginário que preside seu próprio
discurso. De muitas formas isso implica problematizar legado racionalista desta
disciplina, em sua insistência em diferenciar a Imaginação de outros modos de consciência,
numa tentativa de apartar o pensamento humano da produção das imagens. Mais uma
vez, trata-se de resgatar a unidualidade entre pensamento simbólico e
significado conceitual no âmbito dos constructos explicativos do discurso
antropológico, sem contudo, cair na armadilha da desvalorização do imaginário
sustentado na oposição simplista entre demência e saber racional. Assim,
sustentado na compreensão de que é nas fronteiras antropológicas que os fios de
várias disciplinas são tramados/destramados, este grupo de trabalho pretende
agregar diferentes pesquisas que tratem a relação entre imaginação (literária,
poética, filmíca, musical, fotográfica, narrativas orais, repentes, estudos
biográficos, experiências, etc…) e o fazer etnográfico. Seja pesquisas
decorrentes de um tratamento central a tensão exposta ou trabalho que se
desdobram da necessidade de se pensar o texto etnográfico como produto de uma
pesquisa acadêmica.
Mais informações no site do evento: http://www.reaabanne2013.com.br/
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