terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Título: A Mão Esquerda da Escuridão Autor(a): Ursula K. LeGuin


Quem diria que a ficção-científica poderia partir da própria literatura e assumir compromissos com a antropologia, psicologia, sociologia e outras coisas mais? É o que acontece em “A Mão Esquerda da Escuridão”, da escritora norte-americana Ursula K. Le Guin.
Genly Ali, o protagonista, é um representante de uma grande união de planetas habitados pela raça humana – o Ekumen – que visa o comércio e a troca de ideias, conhecimento e cultura entre os mundos que o compõem. Enviado ao gelado planeta Gethen, ou mais conhecido como “Planeta Inverno”, Genly Ali almeja que tal mundo também possa se unir ao Ekumen e estabelecer contato com o resto da humanidade que ocupa a galáxia; mas as diferenças entre seus povos são gritantes.
Não se sabe ao certo como os humanos de Gethen assumiram a forma que possuem; se foram obra da seleção natural ou de alguma experiência distante dos primeiros humanos que visitarem o planeta, mas o fato é que os gethenianos possuem uma forma andrógena onde não há uma sexualidade estabelecida, isto é, durante a maior parte do tempo são totalmente assexuados. Todos possuem traços masculinos e femininos, impossibilitando a identificação convencional de homem ou mulher. A sexualidade só aflora nos momentos do “kemmer”, o que pode ser considerado vulgarmente como uma espécie de cio, onde dois gethenianos se unem e, dependendo do fluxo hormonal, um assume a forma feminina e o outro a forma masculina. Como homem e mulher residem em cada indivíduo, qualquer um poder ser mãe ou pai.
Seu modo de vida totalmente diferenciado serve para deixar claro que no embate de culturas, há sempre pontos de vista diferentes. Quando Genly Ali questiona o porquê de todos os veículos gethenianos não ultrapassarem 40 km/h, a resposta é simples e óbvia: Porque precisa ser mais veloz?
Genly Ali impressiona e assusta os nativos. É centro de curiosidade de alguns e alvo de ataque para outros. Os extremistas o chamam de pervertido, por ter uma sexualidade definida permanentemente e poder ter relações sexuais a qualquer momento, além de temerem uma invasão militar do grupo que o mesmo o representa. Outros o consideram um lunático, que relata absurdos, afirmando que veio de outro mundo há dezenas de anos luz de distância –, os gethenianos não desenvolveram nenhum veículo capaz de voar.
Seu único aliado é Estraven, um nativo que acaba por cometer erros e envolve Genly em várias intrigas internas que causam tensão entre as duas maiores nações de Gethen, “Karhide” e “Orgoreyn”, levando em consideraçã­­o a época em que a obra foi escrita, nos anos 60, notamos que ambas as nações e a tensão entre elas trata-se de uma alegoria da Guerra Fria, onde Karhide representa o Ocidente e Orgoreyn representa a União Soviética.
A narrativa é construída de forma brilhante, intercalando entre os eventuais relatos do próprio Genly Ali, contos e lendas da cultura de Gethen e relatos de Estravem, o que deixa o leitor a par dos conceitos, dos mitos que ergueram aqueles humanos, da religiosidade e também da dualidade sempre presente.
Vencedor das categorias máximas nos prêmios Hugo Awars e Nebula, “A Mão Esquerda da Escuridão” é um exercício para a criatividade, onde até as imagens são difíceis de imaginar sem um esforço do próprio leitor, o que encanta ainda mais! O certo e o errado, o ofensivo e o honroso, a forma como a sexualidade é retratada; tudo é diferente e temos que ter em mente que o que nos é estranho é sempre mais fácil de ser julgado, assim como também que tal preconcepção deve ser combatida.

Editora: Aleph N° de páginas: 296

2ª semana de humanidades



"A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), através da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC), realizará a 2ª Semana de Humanidades, entre os dias 12 e 15 de março, no campus central da universidade. O evento terá onze minicursos, cinco oficinas, cinco mesas redondas e dezesseis grupos de trabalho, onde serão expostos artigos dos mais variados temas, produzidos por alunos e professores."

Link para mais informações. 
http://semanadehumanidadesuern.blogspot.com.br/


Rodas de leituras


O texto do Italo Calvino sobre a leveza foi um dos últimos textos discutidos na sala do PETCIS com o tutor e os petianos. O texto é o primeiro capítulo do livro Seis propostas para o novo milênio  E essa proposta, a leveza, é a primeira a ser abordada pelo autor. Uma das propostas é reconquistar a leveza nesse novo milênio em que vivemos para contrariar o peso.           


Rabisco de sentimentos

A adubação e a irrigação
foi crucial nesse canteiro
que estava muito seco
que estava esquecido
que respirava sufocado
morto era seu apelido.

Hoje está mostrando seu verde
sua cor da diversidade
um conteúdo que virou jardim
flores desabrochando
e bons frutos é seu resultado.

A natureza agradece a esse semeador
que vem de longe regar suas plantinhas.
Dá água, sol e amor.
Mágicas são suas palavrinhas.

O amante da vida é nosso jardineiro.
Filho da terra Branca
onde mora a resiliência
de um poeta sonhador.

Um poeta da vida corriqueira
um poeta da complexidade
seu nome é Ailton Siqueira
o poeta da liberdade
seu jardim é o PETCIS que vibra de felicidade.

Irenice Ferreira.
Estudante do 4º período de Ciências Sociais e bolsista PETCIS.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

I Seminário do PARFOR de Ciências Sociais


O Primeiro Seminário do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR)  de Ciências Sociais ocorreu nos dias 01 e 02 de Fevereiro. O PETCIS contribuiu com a apresentação de minicursos e organização. O evento  durou dois dias. No primeiro dia houve a abertura e o minicurso “Possibilidades de pesquisa no campo da Sociologia do Corpo” Ministrado por Gleidson  Carlos  Xavier Peixoto, Israela Miriam de Melo e Rodrigo José Fernandes de Barros (graduandos em  Ciências  Sociais  pela  UERN  e Bolsistas do PETCIS). No segundo dia iniciou com Comunicações orais, foram apresentação de atividades vivenciais dos alunos do PARFOR. Coordenação: Prof. Ms. Elcimar Dantas Pereira (DCSP) Debatedor: Prof. Dr. José Glebson Vieira (DCSP) em seguida e finalizando o evento houve  o Minicurso: “História  e cultura  afro-brasileira  e  indígena  na escola – Lei 11.645/2008”. Ministrantes: Profa. Dra. Eliane Anselmo da Silva (DCSP), Ana Cláudia de  Oliveira  e  Natália  de  Morais  Viana (graduandas  em  Ciências  Sociais  pela UERN e Bolsistas do PETCIS)

Fotos do Evento












sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Planejamento para a participação do  I Seminário do PARFOR de Ciências Sociais que acontecerá no CAMEAM em Pau dos Ferros...





Nas atividades semanais do PETCIS temos vários encontros  de discursões de textos e ideias. Definimos que nessas rodas de leituras matinais tiraremos um momento para algumas leituras literárias, sejam contos, poesias etc. Nosso primeiro encontro literário foi com a Clarice Lispector  e o livro “A bela e a Fera” com o Conto  “A bela e a Fera ou a ferida grande demais”. O conto é de uma leveza muito gostosa no que diz respeito à narrativa.  Narra uma mulher rica, bonita e cheia de beleza, que carrega sobrenomes de classes elevadas que ao sair de um salão de beleza encontra com um homem e uma ferida em sua perna. A partir desse encontro causado apenas por um atraso de seu chofer ela começou um diálogo e diversas inquietações com o homem que mendigava suas necessidades. Ao se encontrar diante de um homem tão diferente da sua classe e com uma ferida enorme ela começou a fazer uma análise de sua vida nos últimos tempos e percebeu que ela era igual a ele. Ela mendigava amor, beleza e até o seu próprio sobrenome nobre. Ela só não tinha uma ferida na perna e muito menos estava suja e com roupas rasgadas, mas ela mendigava.
Recomendamos a leitura do conto. Como também os outros contos do livro e convidamos para a discursão do conto “Gertrudes Pede um Conselho” do mesmo livro na próxima quinta-feira dia 7 de janeiro.

Encontro de Gestão Social do PET – GESPET


Nos dias 24 e 25 de Janeiro o PETCIS participou do encontro de Gestão Social do PET – GESPET. O evento discutiu a gestão social no semiárido. No evento também teve a participação do nosso tutor  Dr. Ailton Siqueira de Sousa Fonseca  palestrando no encerramento.


Dr. Ailton Siqueira de Sousa Fonseca 
e tutor do PETCIS



BOLSISTAS DO PETCIS





Discussões de textos no PETCIS.


A escuta sensível como instrumento de instrumento de gestão universitária

Ouvir para compreender exige mais do que geralmente se faz. Requer uma sensibilidade maior em relação ao outro, dificilmente conseguida sem que se desenvolva uma consciência em relação à alteridade desse outro. Foram focadas nesse estudo duas pesquisas-ações colaborativas em uma universidade: a primeira envolve professores de curso superior e que hoje são gestores, a segunda refere-se a docentes em uma formação inicial diferenciada. Fazendo uso da escuta sensível, na pesquisa cientifico-clinica. Tal sugerida pro René Barbier (2002).
A grande questão que norteia o trabalho é: Quais as possibilidades de se utilizar da escuta sensível como espaço institucional para a transformação coletiva da prática?
Onde os processos de pesquisa-ação podem construir verdadeiras comunidades de aprendizado, ou seja, a escuta sensível facilita a participação dos sujeitos como colaboradores na interpretação da práxis.